Guaxupé ganha novos horizontes. Cooxupé expande fronteiras com soja e milho entrando no radar em 2024

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A Cooxupé está realizando levantamentos técnicos para fundamentar sua entrada nos novos mercados

Carlos Augusto Rodrigues de Melo, presidente da Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), anunciou recentemente que a entidade, situada em Guaxupé no Sul de Minas, está planejando expandir suas operações para os mercados de soja e milho em 2024, embora de maneira gradual. Essa decisão foi motivada pela demanda dos próprios cooperados, e ao longo do último ano, a cooperativa tem conduzido estudos técnicos para embasar essa nova empreitada.

Melo ressaltou que, embora haja interesse por parte dos cooperados, a entrada em novos mercados requer a consolidação de estruturas e logística adequadas. Atualmente, a atuação da Cooxupé nesses segmentos é limitada, centrada principalmente no atendimento às necessidades internas da cooperativa. A expansão para a soja e o milho representa um projeto de grande escala para a Cooxupé, e as discussões continuam em andamento com o Conselho da cooperativa.

O vice-presidente, Osvaldo Bachião Filho, explicou que uma pesquisa realizada entre os cooperados revelou que muitos deles também estão envolvidos na produção de grãos, como soja e milho. Ele enfatizou a importância da cooperativa refletir os interesses e atividades de seus membros, observando que, embora os números desses grãos sejam ainda modestos em comparação com o café, há uma presença significativa dessas culturas entre os produtores de café.

Além disso, a Cooxupé divulgou recentemente seus resultados financeiros de 2023, revelando um faturamento de R$ 6,4 bilhões e um lucro de R$ 286,8 milhões. Parte desse lucro, no valor de R$ 101,4 milhões, será distribuída às famílias cooperadas como sobras do ano anterior.

Em relação ao desempenho operacional, a cooperativa recebeu 6,5 milhões de sacas de café arábica em 2023, das quais 5,3 milhões foram provenientes de mais de 19 mil cooperados distribuídos em diversas regiões, como Sul e Matas de Minas, Cerrado Mineiro e Média Mogiana, em São Paulo. No que diz respeito às exportações, 4,5 milhões de sacas foram despachadas para mercados interno e externo, com destaque para países como Estados Unidos, Alemanha, Bélgica, e China.

Entretanto, a presidente destacou algumas dificuldades enfrentadas, especialmente relacionadas a problemas de frete marítimo, o que resultou em atrasos nos embarques de café e consequente não alcance das metas estabelecidas.

No setor de torrefação, a Cooxupé manteve-se dentro das expectativas, mantendo a 6ª posição entre os fabricantes de café no varejo brasileiro em volume de vendas. A torrefação processou mais de 280 mil sacas de café cru, resultando em 13.862.578 quilos de café produzido.

A cooperativa, que conta com mais de 19 mil cooperados, continua a ter a agricultura familiar como predominante entre seus produtores associados. Cerca de 96,7% destes são classificados como mini e pequenos cafeicultores, representando juntos 59,7% do recebimento total de café da cooperativa.

Além das atividades comerciais, a Cooxupé expandiu seus negócios em 2023, oferecendo serviços de seguros aos cooperados para proteção de seus cafezais e propriedades agrícolas, além de outros tipos de seguros como vida, residencial e veículos.

Por fim, o programa de sustentabilidade da cooperativa, chamado Protocolo Gerações, foi lançado para a comunidade mundial do café durante o 9º Coffee Dinner & Summit, em maio de 2023. A equipe de engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas da Cooxupé também prestou assistência técnica gratuita aos cooperados ao longo do ano, realizando centenas de atendimentos e impactando milhares de produtores.