Segundo o IDSC-BR, desenvolvimento sustentável de Pouso Alegre fica no mais ou menos e olhe lá

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O desenvolvimento sustentável em Pouso Alegre está longe de ser exemplar. Embora o progresso de uma localidade seja frequentemente avaliado por meio de índices técnicos – como o Produto Interno Bruto (PIB) – há outros indicadores igualmente importantes a serem considerados. Recentemente, vários municípios em Minas Gerais têm utilizado o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC-BR) como uma ferramenta para promover tanto a própria cidade quanto a administração do prefeito. No entanto, em Pouso Alegre, o nível de desenvolvimento sustentável é classificado como “médio”, o que o coloca abaixo de outros 139 municípios brasileiros.

Um dos principais pontos fracos de Pouso Alegre é a sua performance na área da segurança pública. Dos 169 indicadores que compõem o IDSC, o município enfrenta sérias dificuldades em quatro deles relacionados à criminalidade, como homicídio juvenil masculino, mortes por agressão, mortes por armas de fogo e taxa de homicídio. Esses dados são obtidos a partir de informações do Sistema Único de Saúde (SUS) evidenciando a necessidade urgente de redução da criminalidade.

Apesar desses dados alarmantes, o grau de estruturação da política de controle interno e combate à corrupção é alto – baseado no portal da transparência e legislação pertinente – mas, em contrapartida, há grandes desafios na estruturação das políticas de participação e promoção de direitos humanos. Bem maior é o desafio da estruturação das políticas de transparência exigindo uma maior proporção de instrumentos de transparêcia governamental, com uma maior e melhor aplicação das estruturas já existentes não utilizadas devidamente.

Além disso, a infraestrutura urbana em Pouso Alegre é considerada deficiente, com investimentos públicos per capita consideravelmente baixos, conforme revelado por dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (SICONFI). Isso inclui áreas como transferência de tecnologia, intercâmbio de dados e capital humano, onde o município está muito aquém do necessário. No que diz respeito ao emprego e à tecnologia, Pouso Alegre está bem com um razoável percentual de empregos em atividades de conhecimento intensivo e tecnológico, 22,49% em comparação com o ideal de 14,3%. O senão é na valorização das micro e pequenas empresas, única preocupação nesse cenário.

Outra falha significativa é a agressão ao meio ambiente. A taxa de formações florestais naturais por habitante em Pouso Alegre é alarmantemente baixa, com apenas cerca de 0,36% nos últimos dez anos, muito abaixo do mínimo aceitável de 25%;  Os dados são do MapBiomas, ou seja: áreas florestadas e naturais (ha) dividido pela população do ano correspondente. Além disso, o município possui uma quantidade insignificante de proporção do território ocupado por Unidades de Conservação de proteção integral e uso sustentável, no caso, municipais, estaduais e federais, ocupando apenas 0,07% do território, em contraste com o mínimo recomendado de 28,69% pelo Ministério do Meio Ambiente.

Além desses pontos, outros indicadores contribuem para o nível de desenvolvimento sustentável “Médio” de Pouso Alegre, o desflorestamento excessivo, que excede significativamente a área recomendada e a necessidade de estratégias para gestão de riscos e prevenção a desastres naturais. O percentual de estabelecimentos agrícolas dedicados à agricultura orgânica também é alarmantemente baixo. A pontuação demonstra que Pouso Alegre possui uma das áreas degradadas de Minas Gerais que é a Lagoa da Banana, sem a devida atenção dos poderes públicos municipal e estadual através da Copasa.

No geral, Pouso Alegre obteve uma pontuação de 58,37% no IDSC, classificando-o como “Médio”. Em comparação com outros municípios em Minas Gerais, fica atrás de locais como Itajubá, Borda da Mata, Extrema, Varginha, Alfenas e até mesmo Bueno Brandão, enquanto municípios como Santa Rita do Sapucaí se destaca com índices mais altos – considerado o 6º melhor município entre os 5.570 municípios brasileiros – evidenciando a relação entre respeito à natureza e desenvolvimento sustentável, conforme destacado por diversas entidades, incluindo o Instituto Cidades Sustentáveis e a ONU.

Vale lembrar que os dados informados demonstraram que Pouso Alegre teve uma redução nos indicadores da maioria dos dados mais importantes no período de 2018 a 2021 e elevação dos indicadores nas questões de emprego, saúde e totais de receitas municipais arrecadadas no periodo de 2020 a 2021.

A análise criteriosa dos dados poderão servir de base para elaboração de políticas públicas e propostas de governo – em ano eleitoral – para solucionar os recorrentes problemas nessas áreas em Pouso Alegre.

Com informações do IDCS, PRONAF, IBGE, Datasus, INEP