Hospital Samuel Libânio realiza procedimento onde paciente permanece acordado durante cirurgia

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Mesmo com todas as dificuldades financeiras, o HCSL mostra comprometimento com a saúde realizando um procedimento de alta complexidade em paciente atendida pelo SUS

O Hospital das Clínicas Samuel Libânio (HCSL) mostra mais uma vez seu papel fundamental para saúde de Pouso Alegre e o Sul de Minas. Na última terça-feira, dia 18 de junho, médicos usaram toda a tecnologia e o conhecimento para realizar uma cirurgia de alta complexidade conhecida como Awake Craniotomy (literalmente cirurgia acordada, em português) em uma paciente de 21 anos, atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O médico neurocirurgião, Antônio Luiz Carone, explica que a cirurgia com o paciente acordado permite que o cirurgião tenha a localização em tempo real de regiões funcionais do cérebro. “A paciente tinha o que chamamos de tumor vascular (angioma cavernoso). Ela teve uma crise convulsiva e quando voltou já estava com um lado paralisado.Com o quadro definido propomos a cirurgia Awake para a paciente”, conta o médico do HCSL.

O grande diferencial deste procedimento é a identificação das áreas eloquentes (motora, sensitiva ou de linguagem) atingidas pelo tumor. A cirurgia é realizada com o paciente submetido a uma anestesia geral que, após a abertura do osso do crânio, é acordado, através da diminuição do nível da sedação. “Temos a tecnologia, espaço adequado oferecido pelo Centro Cirúrgico, e uma equipe formidável que trabalha há muito tempo em sintonia. Isso tudo leva ao sucesso nesse tipo de cirurgia. Importante também foi a preparação dessa paciente, em todos os sentidos, para que fosse feita aqui uma cirurgia que é realizada só em grandes centros. Dessa forma, ela ficou segura tanto para o procedimento quanto para recuperação”, conta o médico anestesiologista, Antônio Carlos Aguiar Brandão.

O procedimento permite o controle da ressecção do tumor, com retirada maior sem comprometer uma determinada função cerebral e menor déficit pós-operatório. “Nesse tipo de cirurgia, o paciente passa por um exame de ressonância magnética, depois é inserido um aparelho chamado neuronavegador, que possibilita que o médico chegue até a área com a lesão através de uma pinça especial ligada a um computador. Depois que o paciente é anestesiado, colocamos um fixador craniano e fazemos uma demarcação local para abordagem cirúrgica. “No momento da estimulação da área correspondente, o cirurgião pede para o paciente falar uma frase. Após o mapeamento das áreas de interesse, o paciente é novamente colocado em anestesia geral e a cirurgia é completada com a remoção total ou parcial do tumor”, esclarece Carone.

Procedimento feito pelo SUS

O tipo de anestesia é fundamental para o êxito dessa cirurgia complexa, pois todo o procedimento é feito próximo a várias áreas importantes e sensíveis dos sentidos da pessoa. “Nosso Hospital está totalmente preparado para realizar esse tipo de cirurgia. Lembrando que é um grande desafio realizar uma cirurgia num paciente que permanece acordado. Nossa função é essa de cuidar dessas pessoas doentes e é uma grande satisfação poder atuar nessa cirurgia que foi feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Isso mostra a preocupação do HCSL em atender e cuidar da população menos favorecida da nossa cidade e região”, ressaltou Antônio Carlos Brandão.
Segundo Antônio Carlos, sem a cirurgia, a paciente poderia ter o comprometimento de seus movimentos e, principalmente, da linguagem. “Exames pós-operatórios comprovaram o sucesso da cirurgia. A recuperação acontece de forma muito mais rápida. A técnica de cirurgia que mantem o paciente acordado apresenta excelentes resultados, sobretudo no que diz respeito à qualidade de vida, menor tempo de internação e o retorno às atividades cotidianas”, conclui o médico anestesiologista.

 

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