Workshop promovido pela EPAMIG pretende criar rede de pesquisas com leite humano em parceria com a Fiocruz

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Evento ocorre nos dias 11, 12 e 13 de dezembro, em Juiz de Fora (MG), e visa formar uma rede de pesquisa                         em leite humano com representantes de áreas técnicas e da saúde

 

O Brasil possui o maior banco de leite humano do mundo. Segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), são cerca de 160 mil litros distribuídos todos os anos a recém-nascidos prematuros e de baixo peso internados em unidades neonatais do país. O programa é modelo para mais de 20 países, mas a área ainda carece de pesquisas aplicadas, sobretudo com foco na conservação, fortificação e redução de perdas do leite humano doado.

 

Secar o leite humano e transformá-lo em pó, e adequar o material às necessidades de crianças de baixo pesosão objetivos da Rede Global de Bancos de Leite Humano (rBLH) do Brasil, sediada na Fiocruz. Nesse sentido, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG)-Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) foi acionada pelo coordenador da rBLH para a realização de um Workshop para discussão de pesquisas sobre o tema e a criação de uma parceria entre as duas instituições.

 

O 1º Workshop Sobre Leite Humano vai ocorrer nos dias 11, 12 e 13 de dezembro na EPAMIG-ILCT, em Juiz de Fora (MG). Com o tema “o leite humano como salvaguarda da vida”, o objetivo do Workshop é suscitar discussões e formar um grupo de pesquisa em leite humano no Brasil com representantes da EPAMIG-ILCT e da Fiocruz. As inscrições, com desconto para estudantes, já estão abertas no site do evento (clique aqui).

 

Segundo uma das organizadoras do Workshop, Denise Sobral, durante o evento os participantes terão a oportunidade de apontar quais são as lacunas e o que precisa ser estudado sobre leite humano. Denise, que é pesquisadora da EPAMIG, explicita que os conhecimentos técnicos da EPAMIG-ILCT são muito importantes para auxiliar a área da saúde. “Queremos formar uma rede de pesquisa em leite humano, uma iniciativa de parceria inédita no Brasil. Nossa meta principal é reduzir a mortalidade neonatal no país”, afirma Denise.

 

O interesse da EPAMIG-ILCT em colaborar com pesquisas em leite humano já existe há algum tempo. No passado,a Secretaria Municipal de Saúde de Juiz de Fora entrou em contato com a equipe de pesquisadores da empresa porque estava com problemas no processo de pasteurização do leite humano doado. Denise, que aponta esse e outros exemplos,afirma que os conhecimentos técnicos da EPAMIG-ILCT com leite de vaca, aliado aos equipamentos e laboratórios existentes, são primordiais para que a empresa se destaque como parceira importante da Fiocruz, fundação que administra o maior e mais complexo banco de leite humano do mundo.

 

“A parceria entre a EPAMIG-ILCT e a Fiocruz para a pesquisa com leite humano representa a união de duas instituições complementares. A Fiocruz entende muito do leite humano, nós dominamos os processos de pasteurização, de microbiologia, de liofilização e vários outros”, declara Denise.

 

O coordenador da rBLH, João Aprígio de Almeida, endossa a fala de Denise e destaca o alto nível dos profissionais e dos jovens formados pela EPAMIG-ILCT. “Estamos buscando um novo modelo operacional para a rBLH para alavancar centros colaboradores. O forte da EPAMIG-ILCT está no desenvolvimento de tecnologias e na capacidade de elaborar soluções inovadoras”, pontua.

 

Ainda de acordo com João Aprígio, uma dos caminhos de pesquisa viáveis para se explorar a partir do Workshop de dezembro é a adequação do leite humano às necessidades de crianças de baixo peso e as prematuras. Dessa forma, contribuiremos para a redução dos índices de mortalidade neonatal no Brasil, componente da mortalidade infantil de mais difícil reversão.

 

“O leite humano tem todos os nutrientes que uma criança precisa. Porém, em função de uma série de variáveis, temos que lidar com recém-nascidos prematuros, que vêm ao mundo com bem menos de 40 semanas, às vezes com 20 semanas ou menos. São crianças com necessidades nutricionais e imunológicas específicas, que chegam a pesar 600 gramas ou menos. Essas crianças precisam de um leite Humano específico, que funcione como um fator de sobrevivência. Esse leite a ser estudado, funcionara como um alimento-remédio”, projeta João Aprígio.

 

A Fiocruz prepara um modelo de parceria que será apresentado durante o 1º Workshop Sobre Leite Humano. A equipe da EPAMIG-ILCT já acionou o departamento jurídico da empresa para tirar dúvidas sobre aspectos legais da parceria. O objetivo é que o documento seja assinado no último dia de Workshop.