A ideia é otimizar os recursos dos municípios, através de uma melhor resolutividade dos hospitais e em consequência reduzir a superlotação das internações clínicas e cirúrgicas do Hospital das Clínicas Samuel Libânio
Preocupados com a superlotação de atendimentos de média complexidade do Hospital das Clínicas Samuel Libânio (HCSL), representantes de hospitais da região discutiram e planejaram, pela primeira vez na história, o alinhamento do processo de fluxo de atendimentos, internações e cirurgias na microrregião da regional de saúde de Pouso Alegre. O encontro realizado na manhã desta quinta-feira, dia 01 de agosto foi considerado um marco histórico e contou com participantes de Pouso Alegre, Cambuí, Camanducaia, Santa Rita do Sapucaí e Ouro Fino.
O secretário executivo do Consórcio Intermunicipal de Saúde dos Municípios do Médio Sapucaí (CISAMESP), José Carlos de Oliveira, conta que a ideia é otimizar os recursos dos pequenos hospitais e em consequência reduzir a superlotação de atendimentos clínicos e cirúrgicos do HCSL. “A decisão de realizar esse primeiro encontro foi tomada pelos 32 prefeitos que fazem parte do CISAMESP diante das dificuldades financeiras e de atendimento do Hospital Samuel Libânio, que é o grande prestador de saúde da microrregião”, explica José Carlos.
A iniciativa de ter um facilitador nos processos regulatórios e minimizar o excessivo atendimento no HCSL ganhou a atenção da Superintendência Regional de Saúde. “Notamos que muitos pacientes que são direcionados para o Hospital Samuel Libânio poderiam ser atendidos em outras instituições que tem condições para isso. Vamos fazer um diagnóstico dessas instituições para descobrir suas vocações e direcionar dessa forma os atendimentos de média complexidade. Acreditamos e apoiamos essa iniciativa”, conta a coordenadora do Núcleo de Redes de Atenção à Saúde da Regional de Pouso Alegre (NRAS), Adriana Aparecida Silva Ferreira.
A secretária municipal de Saúde da prefeitura de Pouso Alegre, Sílvia Regina Pereira, acredita que a regulação de atendimentos é um grande desafio da região. “Organizar essa rede de acesso ao paciente de Pouso Alegre e região é extremamente importante. Nós, como município sede agradecemos aos participantes desse encontro de abrir essa oportunidade de debater esse assunto tão importante. Temos a grata satisfação de contar com o Hospital Samuel Libânio, que é muito resolutivo e reconhecido por sua eficiência no Estado e precisa dessa ajuda para continuar prestando esse trabalho de eficiência para cidade e toda região”, avalia Sílvia Regina.
O vice-presidente da Fundação de Ensino Superior do Vale do Sapucaí (FUVS), Eliéser Castro e Paiva, participou do encontro e agradeceu o empenho e dedicação dos dirigentes dos hospitais, da Secretaria Municipal de Saúde de Pouso Alegre, da Secretaria Estadual de Saúde e da CISAMESP. “Agradeço os representantes políticos e de saúde que decidiram buscar soluções para esse grave problema que é a superlotação do nosso Hospital. A vocação do Hospital Samuel Libânio é o atendimento de alta complexidade e precisamos da ajuda dos hospitais menores na realização dos procedimentos de média e baixa complexidade. Dessa forma, aumentamos o número de leitos e atendemos cada vez melhor nossos pacientes”, afirma o vice-presidente da FUVS.
O encontro discutiu o perfil de cada instituição de saúde e como será feito o direcionamento do paciente. “Nossa preocupação com os pacientes do SUS é muito grande. Essa regulação pretende diminuir a taxa de ocupação e a sobrecarga de atendimentos do Hospital Samuel Libânio. Esse projeto vai distribuir e colocar o paciente onde ele realmente precisa estar para ser atendido de forma criteriosa levando em conta a alta e média complexidade dos casos”, esclarece a superintendente executiva do Hospital Antônio Moreira da Costa de Santa Rita do Sapucaí, Scheila Cristina Mendes dos Reis.
O fluxo de assistência aos pacientes começa a ser elaborado a partir do encontro. “Estamos desenhando esse projeto onde os pacientes da região serão também direcionados para outros hospitais, pois temos um número excessivo de atendimentos que sobrecarrega sobretudo nosso Pronto Socorro, onde pacientes ficam por vezes internados em macas. Nosso principal objetivo é prestar cada vez mais um atendimento humanizado e de qualidade para os pacientes”, disse a diretora administrativa do HCSL, Jusselma Reis. Um próximo encontro será agendado em agosto juntamente com os gestores de saúde da região, para a definição de um fluxo de atendimento.
