Operação Mercador de Ilusões deflagrada em Varginha, Eloi Mendes e São Paulo desmantela organização criminosa de criptomoedas

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O Ministério Público do Estado de Minas Gerais, por seu Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, núcleo Varginha, pela Coordenadoria Regional das Promotorias de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (CAOET Varginha) e pela Coordenadoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos (COECIBER), em ação conjunta com a Promotoria de Justiça da Comarca de Elói Mendes, com as Polícias Civil e Militar, Receita Federal do Brasil e apoio da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCRIPTO), deflagrou, nesta quinta-feira, 5 de agosto, a Operação Mercador de Ilusões destinada a desmantelar organização criminosa com atuação na comarca de Elói Mendes e diversos municípios no Brasil, dedicada à prática de crimes de estelionato e lavagem de dinheiro.

Segundo consta das apurações, o líder do grupo possui vasto conhecimento na realização de atividades financeiras no mercado de criptoativos, especialmente envolvendo Bitcoin (BTC). Ministrando cursos, conseguiu atrair a atenção e interesse de diversas pessoas, de vários estados da federação, para com eles celebrar contratos de investimento.

Os contratos eram celebrados em nome do principal investigado ou de uma empresa constituída em nome de interposta pessoa (laranja). Na prática dos ilícitos, mais de trinta milhões de reais e 400 Bitcoins (BTC´s) que, convertidos em reais chegam a R$ 81 milhões.

O investigado chegou a repassar rentabilidades para algumas vítimas, mas com o desenvolvimento da estratégia criminosa, deixou de repassar valores às vítimas e parou de responder aos contatos. Ao mesmo tempo, adquiriu imóveis e bens de alto luxo. Parte dos ativos foi colocada em nome de laranjas, configurando a prática de lavagem de dinheiro, com o objetivo de dificultar o rastreamento do benefício dos crimes.

Foram expedidos 5 mandados de busca e apreensão cumpridos nas cidades de Elói Mendes, Varginha e São Paulo, bem como um mandado de prisão preventiva. O Poder Judiciário determinou, ainda, a indisponibilidade de bens no importe de R$30.583.388,70, para futuro ressarcimentos das vítimas identificadas e pagamento de multa criminal e dano moral coletivo em caso de condenação.

As investigações iniciaram com a Polícia Civil e o Ministério Público a partir de uma representação feita por vítimas do estado do Espírito Santo que investiram cerca de R$ 6 milhões com o principal investigado. Segundo Igor Serrano Silva coordenador do Gaeco em Varginha, “os valores foram utilizados para a aquisição de bens móveis de elevado valor, de luxo e também de bens imóveis”.

Para o delegado da Receita Federal em Varginha, Michel Lopes Teodoro, a força tarefa utilizou 50 servidores e demonstra que “dinheiro não cai do céu, as pessoas têm que ficar atentas ao dinheiro fácil e lucros exorbitantes e podem desconfiar que tem alguma coisa errada”.  Participam das diligências seis Promotores de Justiça, um analista do MP, três Delegados de Polícia, 12 Investigadores de Polícia, 9 Policiais Militares e 16 Auditores e Analistas da Receita Federal.

 

Com informações, fotos e vídeo da Assessoria de Comunicação – Delegacia da Receita Federal do Brasil em Varginha