Ministério da Saúde retoma estudo abrangente sobre Covid no Brasil. No sul de Minas, Pouso Alegre e Varginha são os destaques da Epicovid 2.0

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Considerada a maior pesquisa sobre a doença no Brasil, a Epicovid 2.0 entra na segunda fase. Serão realizadas visitas domiciliares a mais de 30 mil pessoas que tiveram a doença, em 133 municípios brasileiros

O Ministério da Saúde está reiniciando a maior pesquisa sobre a Covid no Brasil. Nas próximas semanas, 33.250 residentes de todos os estados e do Distrito Federal serão entrevistados para examinar os efeitos contínuos da pandemia.

Desde segunda-feira, 11, equipes de pesquisadores, em colaboração com o Ministério da Saúde, iniciaram a coleta de dados para uma nova fase do estudo epidemiológico mais amplo sobre a Covid-19 no Brasil, conhecido como Epicovid 2.0. Coordenado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) e conduzido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o estudo abrangerá 133 municípios em todo o país.

No estado de Minas Gerais, o Epicovid 2.0 incluirá entrevistas com residentes de várias cidades, incluindo Barbacena, Belo Horizonte, Divinópolis, Governador Valadares, Ipatinga, Juiz de Fora, Montes Claros, Patos de Minas, Pouso Alegre, Teófilo Otoni, Uberaba, Uberlândia e Varginha.

Pedro Hallal, epidemiologista da UFPel e líder do estudo, explicou que o objetivo é entender o impacto contínuo da Covid-19 na vida das pessoas e famílias brasileiras. A pesquisa se concentrará em questões como vacinação, histórico de infecção pelo vírus, sintomas persistentes e os efeitos da doença na vida cotidiana.

Este estudo faz parte dos esforços contínuos do Ministério da Saúde para monitorar a Covid-19, iniciados em maio de 2023. Ethel Maciel, Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, destacou a importância de entender os efeitos pós-Covid, citando estimativas da OMS de que 20% das pessoas desenvolvem condições persistentes após a infecção.

A pesquisa usará informações de 250 cidadãos de cada um dos municípios que já fizeram parte das quatro rodadas anteriores do trabalho científico, em 2020 e 2021. Para isso, equipes de entrevistadores visitarão as residências para ouvir os moradores sobre questões centradas em pontos como vacinação, histórico de infecção pelo coronavírus, sintomas de longa duração e os efeitos da doença sobre o cotidiano. Os participantes serão selecionados aleatoriamente, com apenas um residente por domicílio respondendo ao questionário. Diferentemente das fases anteriores, não serão realizados testes de Covid ou coletas de sangue.

Entrevistadores identificados

Todas as entrevistas serão realizadas pela empresa LGA Assessoria Empresarial, contratada pelo Ministério da Saúde para a tarefa após apresentar a melhor proposta em pregão eletrônico. Os profissionais que farão o contato direto com os moradores para a coleta dos dados receberam treinamento e estarão devidamente identificados com crachás da empresa e coletes brancos com as marcas da UFPel, da Fundação Delfim Mendes Silveira (FDMS) e da LGA.

Para auxiliar com o processo de divulgação e esclarecimento da população, as prefeituras das 133 cidades envolvidas no estudo foram comunicadas do trabalho – através de suas Secretarias Municipais de Saúde – e participaram de reunião online com Pedro Hallal e integrantes do Ministério da Saúde. A orientação é que, em caso de dúvidas, os moradores entrem em contato com as prefeituras. A empresa LGA também por ser acionada através dos telefones (31) 3335-1777 e (31) 99351-2430. Informações sobre o Epicovid 2.0 também estão disponíveis nos sites do Ministério da Saúde e da Universidade Federal de Pelotas.

Com base nos resultados do Epicovid 2.0, o Ministério da Saúde planeja melhorar e expandir os serviços especializados necessários para lidar com os efeitos a longo prazo da Covid. Além disso, os dados resultantes ajudarão na produção de artigos científicos para entender melhor o impacto da Covid-19 no Brasil.

O estudo é conduzido em colaboração com várias instituições, incluindo a Universidade Católica de Pelotas, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Fundação Oswaldo Cruz e Fundação Getúlio Vargas.

Para garantir a transparência e segurança, todos os entrevistadores serão devidamente identificados com crachás e coletes, e as prefeituras das cidades participantes foram informadas sobre o estudo. Informações adicionais podem ser obtidas através dos sites do Ministério da Saúde e da Universidade Federal de Pelotas.

O Epicovid-19, conduzido entre 2020 e 2021, foi fundamental para entender a propagação do vírus no país, revelando que a quantidade de infectados era significativamente maior do que os números oficiais e identificando sintomas como perda de olfato e paladar como indicadores precoces da doença.