Indústrias de Santa Rita do Sapucaí voltam a crescer após quatro anos de retração

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Após quatro anos consecutivos de queda no faturamento, as indústrias localizadas no Vale da Eletrônica, em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas Gerais, enfim encerrarão o ano com números positivos. Embora ainda pequeno em relação à retração acumulada nos últimos exercícios, o avanço de cerca de 5% sobre o ano anterior é considerado positivo pelo representante do Arranjo Produtivo Local (APL).

“Os últimos anos foram marcados não apenas por resultados ruins, mas por um pessimismo entre os empresários. A cada encontro só havia reclamação e desesperança. Desta vez o cenário é diferente. Estão todos satisfeitos com os números apurados no fim de 2019 e com grandes expectativas para 2020”, resumiu o presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), Roberto de Souza Pinto.

O resultado deste exercício somente será possível pelo incremento observado na demanda nos últimos meses. Conforme o dirigente, 2019 ainda foi marcado por grandes incertezas e morosidade nos campos político e econômico. Condição que mudou a partir do segundo semestre, principalmente após a aprovação da reforma da Previdência pelo Congresso Nacional.

Polo emprega quase um terço da mão de obra
da indústria eletrônica em Minas Gerais

 

Agora, de acordo com Souza Pinto, fica a expectativa para as outras agendas não somente no âmbito federal, mas também estadual. “Tenho acompanhado os trabalhos feitos pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo governador Romeu Zema para a transformação tão necessária do Brasil e de Minas Gerais. Se os esforços continuarem nos próximos anos, acredito que teremos picos de crescimento em 2020 e 2021”, disse.

Assim, para o próximo exercício, a perspectiva é de que o polo fature entre 30% e 35% a mais que neste ano, de maneira a recompor parte das perdas acumuladas até aqui. Segundo ele, as 150 indústrias locais estão preparadas para o aumento da demanda, pois, atualmente, operam com cerca de 70% da capacidade instalada.

“O grande desafio dos últimos anos foi justamente manter a inovação tecnológica, realizar investimentos, manter as fábricas competitivas e a mão de obra qualificada. Mas estamos organizados aguardando o crescimento que virá”, apostou. Caso as projeções para os próximos anos se confirmem, o polo voltará aos desempenhos do período pré-crise.

Levantamento recente do Sindvel mostrou que somente os investimentos em pesquisa, inovação e desenvolvimento de produtos que as empresas do APL fizeram nos últimos anos chegaram à média de R$ 300 milhões por ano. Como resultado, um faturamento de R$ 1 bilhão em novos negócios deverá ser atingido entre 2020 e 2021, comprovando as expectativas do dirigente.

O Vale da Eletrônica é nacionalmente conhecido pelo desenvolvimento de tecnologias como a do padrão brasileiro de TV digital e da urna eletrônica e por atuar de forma pioneira na internet 5G. Para o ano que vem, entre os novos produtos estarão soluções para indústria 4.0, Internet das Coisas, biotecnologia sustentável para o campo, o mais avançado equipamento eletrônico de medida protetiva para a mulher e eletromédicos de diagnóstico à distância.

Destaca-se ainda que o polo segue empregando quase um terço da mão de obra da indústria eletrônica em Minas Gerais, com cerca de 14,7 mil pessoas atuando na produção de 14.500 diferentes produtos. Em 2018, as empresas que integram o APL faturaram R$ 3,2 bilhões.

 

Com informações de Mara Bianchetti/Diário do Comércio
Fotos: divulgação SEDS