Com Pouso Alegre na raiz e no sangue, Licínio Rios Neto foi, durante anos, da equipe de Jô Soares Onze e Meia

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Jornalista, tradutor, escritor, roteirista, professor, enfim, com uma inteligência e criatividade acima da média, vasta cultura e um humor sacárstico que ria de si mesmo, Licínio Rios Neto foi, durante seis anos, da equipe de produção de Jô Soares Onze e Meia escolhido pelo próprio Jô após uma entrevista. Diversas vezes, ao comentar algum caso, o queridíssimo Jô Soares mencionava que a pessoa parecia o Rabo Verde de Pouso Alegre e completava contando alguma história do folclórico personagem falecido em 1985, contada a ele por Licínio Rios.

Neto do dono do cine Eldorado de Pouso Alegre, Licínio nasceu, como ele mesmo contava, “por acaso” no Rio de Janeiro. Porém, sua raiz e nas suas veias corria o sangue do pousoalegrense de família tradicional.

Não saía de Pouso Alegre, apesar de morar no Rio e em São Paulo, até conhecer e casar com Dadá Moretti, com quem teve dois filhos: Lucca e Luiza; daí, “aquietou o facho” e mudou definitivamente para a cidade que amava.

Considerado um dos grandes nomes do jornalismo das décadas de 1980 e 1990, Licínio passou pelas redações do Globo, Dia, Veja, pela produção das TVs Educativa, Sbt, Globo. Seus livros criaram uma espécie de dramaturgia não realista mas que pode ser interpretada como pura informação. Inimitável. Autor de várias peças de teatro e documentários, a peça de Licínio Rios Neto, “Não seria o Arco do Triunfo um monumento ao pau-de-arara?”, em memória de Frei Tito, foi proibida pela censura apesar de ter sido premiada pelo Serviço Nacional de Teatro.

Aposentado precocemente, em Pouso Alegre contribuiu com a TV Libertas e com o Jornal do Estado. Ocupante da cadeira nº 1 da Academia Pousoalegrense de Letras, Licínio participou de vários eventos e palestras em prol da cidade até seu falecimento em 2002.