Até 2025 sairá de Pouso Alegre o primeiro caminhão 100% elétrico fabricado no Brasil pela chinesa XCMG

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A XCMG já apresentou oficialmente no Brasil o seu primeiro caminhão elétrico rodoviário, o E7-49T, marcando um passo significativo na direção à produção local e à promoção da mobilidade sustentável. Com uma capacidade de carga total (PBTC) de 49 toneladas e uma impressionante autonomia de até 150 km por carga, o E7-49T é um cavalo-mecânico pioneiro no mercado brasileiro, impulsionado por um sistema de propulsão elétrica.

Como líder global na eletrificação de máquinas pesadas, a XCMG, reconhecida por sua presença em mais de 180 países, tem uma extensa linha de veículos 100% elétricos que inclui caminhões off-road para operações em minas, carregadeiras, caminhões rígidos para estradas, escavadeiras e empilhadeiras.

No setor de máquinas pesadas, a XCMG, especificamente como a terceira maior empresa mundial, abrange uma variedade de veículos nos segmentos de mineração, agronegócio e transporte rodoviário, destacando-se por seus caminhões off-road, tratores, empilhadeiras, escavadeiras, carregadeiras e transportes rodoviários. Além disso, a empresa é líder global na fabricação de guindastes.

Operando no mercado brasileiro desde 2004, a XCMG possui uma fábrica estratégica em Pouso Alegre que representa um investimento de US$ 500 milhões e foi estabelecida em 2014. Além dessa instalação, a empresa mantém outras três unidades focadas em fornecer suporte aos produtos nas cidades de Guarulhos (SP), Contagem (MG) e Parauapebas (PA).

Em consonância com a tendência de transição para fontes de energia mais limpas, a XCMG está comprometida em reduzir gradualmente sua dependência de máquinas a diesel tradicionais, buscando assim minimizar suas emissões de carbono. No Brasil, a XCMG Brasil está desempenhando um papel ativo na construção de um mercado emergente para máquinas elétricas, tendo já lançado mais de 600 novos equipamentos no país, contribuindo para a promoção da economia verde.

No âmbito desse cenário de transformação, a XCMG se prepara para dar início à produção local de seus veículos elétricos na fábrica de Pouso Alegre até o ano de 2025. A estratégia inclui estabelecer uma rede de fornecedores para componentes eletrificados e aguardar diretrizes e regulamentações claras no setor.

O plano é iniciar a montagem do chassi, carroceria e componentes adicionais no Brasil, introduzindo a bateria como importação inicial e avançando gradualmente no processo de nacionalização, em paralelo ao amadurecimento da rede de fornecedores.

Tian Dong, vice-presidente da XCMG na região, destaca que esse é um processo gradual: “Estamos avançando passo a passo. O primeiro passo foi trazer modelos importados ao mercado brasileiro. O próximo será estabelecer uma rede de fornecedores locais para iniciar a produção em até dois anos.”

A empresa ainda tem planos ambiciosos para o futuro, incluindo a criação de uma unidade de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) no país, focando na fabricação local de componentes-chave e na exploração de novas tecnologias, como veículos elétricos e autônomos. Nesse aspecto, a XCMG tem uma parceria sólida com a empresa Vale, colaborando, por exemplo, no desenvolvimento de veículos independentes para aplicações específicas.

O destaque da apresentação da XCMG é o caminhão elétrico rodoviário E7-49T, revelado ao público durante a Agrishow em maio. O E7-49T é pioneiro em sua categoria, não emitindo substâncias e com uma autonomia de 150 km por carga. A direção do veículo é realizada por um motor elétrico síncrono de imã permanente, com potência de 482 cv e torque máximo de 2.000 Nm (204,1 kgfm), combinado com uma transmissão automatizada de 4 velocidades.

O E7-49T também se destaca pela opção de modos de condução, permitindo ao motorista escolher entre o modo “drive” ou controlar as mudanças de marcha por meio de uma alavanca seletora, semelhante à experiência em caminhões a diesel.

Equipado com baterias de ferro fosfato de lítio com capacidade de 282 kWh, o caminhão pode ser carregado rapidamente através de carregadores de corrente contínua (DC), completando a recarga em pouco mais de uma hora em condições ideais. Além disso, o modelo apresenta a tecnologia de “swapping”, permitindo a substituição das baterias de forma rápida e eficiente. As baterias estão agrupadas em um conjunto único localizado atrás da cabine e podem ser remanescentes em cerca de seis minutos por meio de um sistema automatizado.

Quanto ao preço, a XCMG importará 200 unidades do E7-49T para o Brasil até o final do ano, ao preço de R$ 1,3 milhão por unidade. A empresa ressalta que cerca de metade desse valor corresponde ao custo das baterias. No entanto, a vantagem se encontra nos custos operacionais, sendo aproximadamente R$ 0,75 por 1,5km rodado para o E7-49T, em comparação com os R$ 3,60 por 1,5km rodado de um veículo equivalente a diesel.