200 milhões serão investidos na ampliação da União Química em Pouso Alegre

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“Nós, no Brasil, somos líderes em oftalmologia e estamos entrando com expertise muito grande do mercado local na América Latina”, afirma Junqueira, vice-presidente da União Química.

Os colírios são produzidos na fábrica de produtos estéreis da União Química em Pouso Alegre. A empresa anunciou investimentos da ordem de R$ 200 milhões na unidade para que sua capacidade produtiva total chegue a 30 milhões de unidades por mês. A expansão deve ser concluída no segundo semestre do ano que vem. “As obras estão compassadas com a estratégia de exportação”, revela o vice-presidente.

A União Química tem se destacado na expansão de suas operações no cenário internacional, evoluindo de uma empresa com pouca experiência em vendas externas para uma exportadora ativa em mais de 70 países. Aproximadamente 15% do faturamento da empresa, que atingiu R$ 3,451 bilhões nos primeiros nove meses de 2023, provém de vendas internacionais. A estratégia abrange a fabricação de medicamentos de empresas multinacionais em suas fábricas adquiridas, parcerias com participantes locais e o desafio de ampliar a participação de produtos próprios nas exportações.

Em 2017, com a aquisição de uma fábrica da americana Zoetis, em Guarulhos, a empresa passou a exportar para os Estados Unidos e Europa, onde as agências reguladoras costumam ser mais rigorosas. Em 2021, fechou negócio com a Bayer, comprou a fábrica de Cancioneiro, na capital paulista, e começou a exportar para o continente africano.     No parque industrial de Pouso Alegre, em Minas Gerais, a produção está sendo ampliada para atender ao mercado asiático.

Em Hong Kong, a União Química estabeleceu uma parceria de cinco anos com uma empresa do setor farmacêutico para a distribuição de um antipsicótico injetável fabricado em Pouso Alegre. Embora a empresa não revele a participação exata de seus próprios produtos em sua gama de exportações, reconhece que essa parcela ainda representa uma fatia modesta do faturamento gerado por vendas no exterior. Atualmente, a produção interna é uma área de foco estratégico, contando com equipes dedicadas à prospecção de novos mercados.

A empresa está investindo na expansão de suas instalações fabris, alcançando nove fábricas e impulsionando seu projeto de internacionalização. Além disso, a União Química está se adequando às demandas regulatórias específicas de cada mercado. Para além do aumento da capacidade produtiva, a empresa busca parcerias com organizações locais para a distribuição de seus produtos, como evidenciado pelo recente acordo para a distribuição de contraceptivos em Cabo Verde. A estratégia de exportação da União Química destaca não apenas a venda de produtos, mas a integração de processos de fabricação e o estabelecimento de parcerias locais para otimizar sua presença global.

Embora as exportações representem uma parcela substancial do faturamento da União Química, o desafio atual reside em aumentar a participação de produtos próprios nas vendas internacionais. A empresa está aberta à possibilidade de produzir medicamentos fora do Brasil e mantém uma postura atenta a ativos alinhados com sua estratégia. Adicionalmente, a União Química permanece comprometida com a participação no sistema internacional de vacinas, tendo investido na adaptação de uma de suas fábricas para a produção de imunizantes.

Participação do sistema internacional de vacinas

Durante o período da pandemia, a União Química em Brasília desempenhou um papel crucial na produção de cerca de 2 milhões de doses da vacina russa Sputnik. No entanto, devido à falta de aprovação por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a empres optou por exportar toda a sua produção para a Rússia.

Apesar desse obstáculo regulatório, a farmacêutica permanece comprometida com seus objetivos de participar do sistema internacional de vacinas. O vice-presidente da União Química, José Luiz Junqueira, destacou os consideráveis investimentos realizados na fábrica de Brasília, incluindo a aquisição de equipamentos e a adaptação da infraestrutura para atender às demandas da produção de imunizantes. Ele ressalta que a unidade está adequadamente equipada e dimensionada para a fabricação de vacinas, indicando a intenção contínua da empresa de desempenhar um papel relevante no cenário global de vacinação.

Com informações de Mitchel Diniz