Opinião de Rosy Pantaleão
Em Pouso Alegre, assim como no resto do pais, a política anda tão viciada em espetáculo que às vezes a oposição nem precisa se esforçar: o próprio grupo de apoio do prefeito ou de um político faz o serviço por ela. Quando a base de qualquer político vira fã-clube, quem governa perde. E quem pensa com seriedade vira alvo de joguinho barato.
Eu explico.
Nos últimos dias, tive minha imagem e meu nome usados de forma indevida por pessoas que tentam me associar a encontros políticos e recepções de bastidor com figuras públicas. Isso não apenas é falso, como é desrespeitoso — comigo, com o público e até com o próprio prefeito – qualquer político – a quem considero e respeito institucionalmente.
Não sou assessora, cabo eleitoral ou figurante de narrativa alheia, não me presto a esse tipo de armação e jamais autorizei o uso do meu nome ou imagem para que terceiros se promovam em rede social ou em grupos de WhatsApp, tentando parecer mais importantes do que são. Como todo ser humano tenho lado, tenho opinião, mas não aceito ser usada como “acessório” pra dar valor a ninguém.
Mas o episódio revela algo ainda mais grave: enquanto a oposição política não só de Pouso Alegre mas de todo o país se organiza – mesmo que atabalhoadamente – para atacar com estratégia e discurso, parte da própria base do prefeito, dos políticos em geral – agem como fã-clube. Há quem, em vez de ajudar, complique. Em vez de comunicar, atrapalhe. Em vez de defender, exponha.
O prefeito e a maioria dos políticos que já enfrentam resistência ferrenha de setores políticos organizados – até imerecida em alguns pontos – acaba sofrendo ainda mais justamente pela vaidade dos que dizem estar ao seu lado. E não falo isso com prazer. Falo porque é preciso enxergar o óbvio: a política é feita com inteligência, não com egos inflados. E o que enfraquece uma gestão não é apenas a crítica da oposição — é a indigência política de quem deveria ser base de apoio.
No meu caso, o uso indevido da minha imagem é só um sintoma. A doença é maior: é a infantilização da política local, a falta de maturidade de quem confunde like com liderança, curtida com contribuição, presença de palco com presença política real.
Se um prefeito quiser continuar governando com seriedade — e acredito que ele queira — vai precisar de mais gente comprometida com o projeto coletivo e não com os próprios espelhos. E isso vale pra qualquer campo político.
Eu sigo do lado da ética, da comunicação com responsabilidade e do respeito a quem pensa diferente. Mas não me calarei diante de armações e usos indevidos do meu nome. E tampouco fingirei que o erro vem sempre do “outro lado”. A oposição, muitas vezes, só cresce porque a base faz o favor de abrir o caminho.
Eu sou Rosy Pantaleão e minha imagem tem dono: eu.