Maior operadora de cartões do mundo, chinesa UnionPay chega ao Brasil

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A chegada da UnionPay ao país marca uma nova etapa nos meios de pagamento e pode fortalecer a autonomia financeira brasileira. Parceria com fintech Left permitirá integração aos sistemas nacionais e apoio a causas sociais

A UnionPay, considerada a maior operadora de cartões do mundo, está se preparando para iniciar suas operações no Brasil. A UnionPay detém 40% do mercado global de transações com cartões.

A chegada da gigante asiática será viabilizada pela fintech brasileira Left (Liberdade Econômica em Fintech), responsável pela emissão dos cartões e pela integração da nova bandeira com bancos, maquininhas e sistemas de pagamento. A função crédito está prevista para ser lançada até o final deste ano.

O professor e financista José Kobori, que acaba de assumir uma vaga no conselho da fintech, falou sobre sua decisão de retornar ao mercado financeiro a partir do convite da Left.

“Apesar da minha experiência, eu nunca quis voltar a atuar no mercado financeiro. Já tinha atingido o auge da minha carreira profissional quando sofri uma injustiça incomensurável que me fez repensar os valores das pessoas que atuam nesse meio. Mas quando fui conhecer o trabalho da fintech Left, percebi que havia ali um verdadeiro propósito, uma intenção real de construir um banco progressista”, disse Kobori.

Para o financista, a presença da UnionPay no Brasil representa mais do que a ampliação da concorrência no setor de meios de pagamento: trata-se de uma movimentação estratégica que pode ampliar a autonomia econômica do país.

Redistribuição de receita para causas sociais

A atuação da fintech Left também se destaca por seu modelo de operação, que inclui a redistribuição direta de parte da receita gerada por transações para organizações sociais.

“Quando alguém se cadastra no banco, pode escolher quem quer apoiar, qual entidade, organização ou movimento popular. A receita gerada por transações como o Pix ou o uso do cartão é parcialmente revertida para essas entidades. É uma estrutura pensada para apoiar, de fato, quem constrói transformação social”, explica Kobori.

A parceria com a UnionPay também abre espaço para uma nova dinâmica nas transações internacionais. Isso porque a operadora está conectada ao CIPS (Cross-Border Interbank Payment System), sistema chinês de pagamentos transfronteiriços, que se apresenta como uma alternativa para transações que não dependem exclusivamente do dólar.

Kobori vê esse movimento como uma oportunidade de o Brasil diversificar seus caminhos na economia global, buscando mais autonomia e equilíbrio nas relações comerciais e financeiras.