Cientistas estudam formas de romper o limite biológico humano e prolongar a vida. Descubra até onde a ciência pode nos levar na busca pela longevidade
A busca pela longevidade, antes restrita a mitos, alquimistas e filósofos da Antiguidade, hoje está no centro das pesquisas científicas mais ousadas do planeta. Do “elixir da imortalidade” às modernas biotecnologias, a humanidade segue em busca de meios para prolongar a vida – e até sonhar com a imortalidade.
Um sonho antigo, uma prática atual
Entre alquimistas chineses e ascetas hindus, a longevidade era vista como resultado de práticas espirituais, exercícios físicos, controle da respiração e dietas rigorosas. Curiosamente, boa parte dessas recomendações coincide com os pilares da medicina moderna: alimentação equilibrada, atividade física e cuidados com a higiene.
Nos últimos cem anos esses fatores, aliados ao saneamento básico e ao avanço da medicina, aumentaram significativamente a expectativa de vida em todo o mundo.
O limite biológico humano
Estudos com superidosos – pessoas acima dos 80 anos com excelente saúde – sugerem que o limite natural da vida humana esteja entre 120 e 125 anos. A francesa Jeanne Calment, que morreu em 1997 aos 122 anos, continua sendo a pessoa mais longeva documentada.
Em 2025, a ONU estima que o planeta terá cerca de 630 mil centenários. Poucos, porém, ultrapassam os 110 anos com saúde preservada.
Os desafios para romper a barreira do tempo
Pesquisadores exploram duas frentes principais:
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Transplantes e órgãos artificiais – avanços em cirurgias, impressão 3D de vísceras e transplantes de animais para humanos alimentam esperanças. Porém, o envelhecimento é sistêmico: substituir órgãos não basta para deter o processo natural. Além disso, o cérebro, peça central da personalidade, continua insubstituível.
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Genética e reprogramação celular – considerada mais promissora, essa linha aposta em tecnologias como RNA mensageiro e CRISPR para modificar o comportamento celular e até rejuvenescer células-tronco. O estudo do DNA de superidosos também abre caminho para ajustes genéticos que poderiam estender a vida saudável da população em geral.
Entre as empresas nesse setor está a norte-americana Altos Labs, fundada em 2022 e financiada por Jeff Bezos. O conselho científico é presidido pelo japonês Shinya Yamanaka, Nobel de Medicina em 2012.
Viver mais ou viver melhor?
A longevidade extrema pode transformar o futuro humano, inclusive em projetos de exploração espacial, já que viagens interestelares demandariam vidas mais longas.
No entanto, especialistas alertam para dilemas éticos e sociais: enquanto bilhões são investidos em pesquisas de prolongamento da vida, muitas regiões do planeta ainda enfrentam mortalidade infantil, violência urbana e degradação ambiental.
A busca por viver mais precisa caminhar junto com o objetivo de viver melhor – garantindo que os benefícios da ciência cheguem a toda a humanidade. Por enquanto as recomendações são de uma alimentação equilibrada com verduras, legumes, frutas, grãos, chás, água suficiente e, principalmente, dominio das quantidades e evitar vícios como alcoól e tabaco. Além disso, atividade física, cuidados com a higiene, equilíbrio mental com bons pensamentos e sono reparador.