O mundo católico (e os curiosos de plantão) segurou o fôlego nesta quarta-feira diante da chaminé da Capela Sistina. Muitos esperavam o anúncio histórico do Habemus Papam — mas o que saiu foi outra fumaça, a preta, sinal inconfundível de que o conclave ainda não chegou a um acordo. Em outras palavras: hoje não tem Papa.
Enquanto isso, na Praça de São Pedro, o cenário mistura fé, expectativa, frio nos ombros e celulares apontados para o alto. A imagem da fumacinha virou protagonista do noticiário global — uma nuvem escura que comunica, com elegância centenária, que os cardeais ainda estão debatendo (ou negociando com o Espírito Santo, como brincam alguns).
Como funciona o conclave
O conclave teve início oficialmente nesta quarta-feira, 7 de maio, bem no horário do almoço – deu para assistir de prato na mão – reunindo 133 cardeais eleitores do mundo todo. Eles se isolam na Capela Sistina, sem telefone, internet ou spoiler de fora, para eleger o novo sucessor de São Pedro. São feitas até quatro votações por dia: duas pela manhã, duas à tarde. A cada rodada sem consenso, que exige dois terços dos votos, uma fumaça preta avisa o mundo: ainda não foi dessa vez.
Por que demora?
Apesar da ansiedade popular, esse tempo é natural. A escolha de um papa não é apenas simbólica, mas estratégica: envolve questões teológicas, políticas, geográficas e até geracionais. O perfil do novo pontífice pode influenciar a Igreja por décadas — então, sim, é compreensível que os cardeais estejam escolhendo com calma. Papa não se escolhe por impulso.
Histórico: conclaves longos e inesperados
Não é a primeira vez que o mundo espera sentado. Em 1268, o conclave de Viterbo durou quase 3 anos — os cidadãos chegaram a trancar os cardeais e até arrancar o telhado do local para forçar uma decisão (spoiler: funcionou). Já nos tempos modernos, os conclaves tendem a durar de 2 a 5 dias.
E agora, quando sai?
A expectativa é que novas votações ocorram amanhã. A fumaça — agora a personagem principal do noticiário — deve subir novamente por volta das 7 da manhã de quinta-feira.
Até lá, resta ao mundo aguardar. O próximo “Habemus Papam” pode surgir a qualquer momento… ou não. E enquanto isso, seguimos de olhos no Vaticano, coração aberto — e talvez com uma cobertinha no colo porque aqui em Pouso Alegre está uma leve friaca.